Na manhã da última terça-feira, (21), o ex-juiz e advogado Márlon Reis foi entrevistado por Fabíola Cidral na primeira edição do UOL Notícias, onde discutiu a decisão do Ministro Alexandre de Moraes em suspender leis que proíbem o uso e ensino da linguagem neutra, o crime de assasinato cometido por um adolecente em São Paulo e o julgamento de Sérgio Moro pelo Tribunal Superior Eleitoral.
Durante a entrevista, Reis contextualizou a importância do debate sobre linguagem neutra, destacando que, embora seja um tema relevante, a decisão do STF se concentrou na interpretação constitucional e na distribuição adequada de competências entre os entes federativos.
Ele salientou a necessidade de observar os princípios constitucionais ao tratar de questões linguísticas, mas também reconheceu a relevância do debate sobre inclusão e diversidade na linguagem. “A constituição não estabeleceu que cada um vai falar. Ela estabelece regras de matriz educacional. Existem até algumas questões que precisam ser revistas na legislação. Como, por exemplo, o uso obrigatório da língua portuguesa na propaganda eleitoral. Quem disse que não é possível utilizar alguma das várias línguas indígenas que ainda são adotadas no Brasil?”
Ao comentar sobre o caso do adolescente que cometeu um crime hediondo contra sua própria família, Marlon Reis enfatizou a necessidade de uma abordagem multifacetada ao analisar tais tragédias. Além de observar a responsabilidade individual do jovem, ele ressaltou a importância de considerar fatores contextuais, como saúde mental, dinâmica familiar e influências sociais, para entender plenamente os motivos por trás do crime.
O advogado ressaltou a importância de considerar não apenas a responsabilidade individual do jovem, mas também fatores contextuais mais amplos. Ele pontuou: “O que nós estamos fazendo como sociedade em relação a este olhar sobre os nossos jovens em relação a que estruturas viciantes eles estão sendo submetidos em razão de finalidade de obtenção de lucro”, declara Márlon.
Por fim, a entrevista abordou a retomada do julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) envolvendo o ex-ministro Sérgio Moro. Reis ofereceu análises sobre os argumentos apresentados pelas partes envolvidas no caso, destacando a importância de uma interpretação objetiva da legislação eleitoral, levando em consideração os impactos reais das ações dos candidatos.
Ele afirmou, “Eu creio que a razão está com a divergência para concluir. O TSE julga de maneira completamente livre e independente, ele não tem nenhuma amarra em relação ao que foi decidido pelo TRE do Paraná”, encerra.
Clique e assista a entrevista completa em: UOL News 1ª Edição com Fabíola Cidral, Sakamoto, Raquel Landim e + | COMPLETO | 21/05/24 (youtube.com)